Frente contra divisão do Pará faz carreata na capital do Estado.

A frente contra a criação do Estado do Carajás realizou neste domingo (30) a sua primeira carreata na capital do Pará. Foram distribuídos cerca de 10 mil adesivos e 20 mil jornais.
A carreata reuniu aproximadamente cem veículos atrás de três trios elétricos. Durante cerca de quatro horas, eles percorreram ruas tanto de bairros da periferia quanto de áreas nobres da cidade.
O presidente da frente, deputado federal Zenaldo Coutinho (PSDB), disse que a campanha de rua será intensificada a partir da próxima semana, tanto em Belém quanto no interior.
Ele afirmou que a concentração dos favoráveis à divisão no interior não tem sido um empecilho à atuação da frente fora da capital. “Estive em Tucuruí e lá tem espaço pra gente também. Não houve nenhuma hostilidade”, disse.
Para o deputado, a campanha contra a divisão precisa atingir as áreas emancipacionistas para que a população de lá não se decida com base apenas nas informações das frentes pela criação dos Estados do Carajás e Tapajós.
Durante a carreata de hoje, foi distribuído o primeiro informativo produzido pela frente contra Carajás. A tiragem é de 100 mil exemplares e aponta as “muitas razões” para o eleitor dizer não à divisão.
O material tem oito páginas, onde são pontuadas as possíveis perdas geradas pela criação de mais dois Estados. Uma delas é a do território paraense, que ficará com 17% da área atual. Outro é a concentração das riquezas minerais em Carajás.
O informativo aponta, ainda, o alto custo dos Estados novos e a concentração dos recursos na manutenção da máquina pública. “Só com máquina administrativa seriam gastos mais de R$ 1 bilhão por ano. Que dinheiro sobraria para a educação, saúde e segurança?”, diz um trecho.
O material foi bem recebido pelos que assistiram a passagem da carreata. Mas isso não garantiu adesão à carreata, que chegou ao final com o mesmo público reunido na saída.
Na Praça da República, um dos pontos de parada do grupo e um dos locais mais movimentados da capital aos domingos, a atenção à manifestação foi tímida. Poucos, por exemplo, pararam para se informar sobre o que estava acontecendo.
Porém, muitos dos que passeavam no espaço disseram que já estavam decididos. A maioria, como vendedor de algodão doce, José Clecion Teles, de 55 anos, disse ser contra a divisão.
“Por que não dividem o Amazonas que também é grande? Sou contra a divisão e vou votar contra. Não acredito que vai melhorar alguma coisa dividir”, comentou.
